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Termina velório de Pepe Mujica; corpo será cremado na sexta-feira

Velório aberto ao público durou mais de 24 horas e foi encerrado no fim da tarde desta quinta-feira (15). Cinzas do ex-presidente uruguaio serão enterradas na chácara onde ele vivia. Uruguaios se despedem de Pepe Mujica
O velório do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica foi encerrado no fim da tarde desta quinta-feira (15). Segundo a imprensa uruguaia, o corpo de Mujica será cremado na sexta-feira (16). Em seguida, as cinzas serão sepultadas na chácara onde ele morava, nos arredores de Montevidéu.
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O corpo de Mujica foi velado no Palácio Legislativo do Uruguai. A cerimônia começou na quarta-feira (14) e permaneceu aberta ao público por mais de 24 horas.
Ao fim do funeral, o caixão foi posicionado nas escadarias do Palácio Legislativo e aplaudido pela multidão. Duas bandeiras que cobriam o caixão foram dobradas e entregues à viúva dele, Lucía Topolansky. Em seguida, o corpo foi levado para cremação.
A cerimônia final foi adiada em duas horas, sendo encerrada às 17h, para que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric, do Chile — que estavam na China — pudessem prestar suas últimas homenagens.
Durante o velório, Lula destacou a trajetória de Mujica e lembrou o período em que o uruguaio ficou preso e foi torturado.
“O que é gratificante para nós seres humanos é que uma pessoa como Pepe Mujica não morre. Se foi o corpo dele, a carne dele se vai, mas as ideias que Pepe Mujica plantou em todos esses anos, inclusive, a generosidade de um homem que passou 14 anos no cárcere e que conseguiu sair para a liberdade sem nenhum ódio das pessoas que o aprisionaram, o torturaram. Isso é uma dádiva de Deus”, afirmou Lula.
Mujica completaria 90 anos no dia 20 de maio. Ele governou o Uruguai entre 2010 e 2015 e ficou conhecido por regulamentar o aborto, a maconha e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Também transformou o país em referência em energia limpa.
Antes de morrer, Mujica havia expressado o desejo de ser enterrado ao lado de sua cadela Manuela, que faleceu em 2018.
O ex-presidente lutava contra o câncer no esôfago desde 2024.
O velório
Caixão de Mujica deixa o Palácio Legislativo no Uruguai, em 15 de maio de 2025
AP Photo/Santiago Mazzarovich
No início da manhã de quarta-feira, o caixão de Mujica foi transportado em uma carreta militar coberta com a bandeira do país. O cortejo seguiu pelas ruas da capital até o Parlamento, onde foi realizada uma homenagem.
Antes do início da visitação pública, autoridades uruguaias e ex-integrantes do governo participaram de uma cerimônia reservada. A mulher de Mujica, Lucía Topolansky, saiu do local emocionada e não falou com a imprensa.
Adversários políticos também prestaram homenagem ao ex-presidente, em sinal de respeito. “Tivemos muitas discordâncias, mas na vida é sempre melhor focar nas coisas boas”, afirmou o ex-presidente conservador Luis Alberto Lacalle de Herrera, que governou o país na década de 1990.
O atual presidente, Yamandú Orsi, um dos herdeiros políticos de Mujica, decretou luto nacional de três dias. Ele elogiou a “filosofia humanista” do ex-presidente e suspendeu os serviços públicos não essenciais. As bandeiras do país foram hasteadas a meio mastro.
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Ex-presidente uruguaio Pepe Mujica cumprimenta apoiadores durante evento em 19 de outubro de 2024.
Pablo Porciuncula/AFP
José Alberto Mujica Cordano nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Nos anos 1960, tornou-se membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros.
O grupo se notabilizou, antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973, por assaltar bancos e distribuir comida e dinheiro roubado aos pobres.
Durante sua atuação na clandestinidade, Mujica foi ferido quatro vezes em confrontos com forças policiais. Escapou duas vezes da prisão até ser recapturado definitivamente, em 1972.
Ao todo, ele passou 14 anos de sua vida atrás das grades e sofreu torturas. Em 1985, Mujica foi finalmente libertado após a promulgação de um decreto de anistia.
Ele entrou para a política institucional, ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP) e foi eleito deputado em 1994.
Cinco anos depois, chegou ao Senado e, em 2005, com a chegada a Presidência de seu correligionário Tabaré Vázquez (1940-2020), foi nomeado ministro da Agricultura.
Presidência de Mujica e legado
Quem foi Pepe Mujica
Mujica, ao assumir a Presidência em 2010, elevou o gasto social de 60,9% para 75,5% dos gastos públicos.
Em conformidade com sua visão política, o salário mínimo teve um aumento de 250%. Em 2012, ele propôs a legalização do consumo e da venda da maconha, que acabou se concretizando no país.
Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.
Mujica passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua horta. Acredita-se que doava 90% do salário como ex-presidente para projetos de combate à pobreza.
Durante a maior parte da vida, declarou-se ateu. Em uma entrevista de 2012, sintetizou sua crença: “Não tenho religião, mas sou quase panteísta: admiro a natureza”.
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