A corrida contra o tempo para salvar brasileira em vulcão na Indonésia: a linha do tempo do acidente até agora
Turista brasileira está desaparecida no Monte Rinjani. Equipes seguem as buscas, mas mau tempo dificulta trabalhos. Brasileira que caiu à beira de um vulcão, na Indonésia, está há mais de 48 horas à espera de socorro
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, está desaparecida no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, após sofrer uma queda durante uma trilha na região.
Juliana fazia um passeio de três dias pelo vulcão quando, segundo relatos da imprensa local e familiares, teria sido deixada para trás pelo guia após manifestar cansaço.
Desde então, as equipes de busca e salvamento enfrentam grandes desafios para localizá-la, como o terreno íngreme, a altitude elevada e o mau tempo.
A neblina densa e a chuva têm prejudicado a visibilidade e impedido que as operações avancem durante a noite.
A BBC News entrou em contato com a família de Juliana e com a administração do Parque do Monte Rinjani para comentários.
Os familiares da brasileira criticaram o fato de o parque permanecer aberto, permitindo a circulação de turistas na mesma trilha enquanto Juliana ainda aguardava resgate.
“Enquanto Juliana PRECISA DE SOCORRO! Não sabemos o estado de saúde dela! Ela continua sem água, comida e agasalho há três dias!”, afirmaram em uma publicação em um perfil no Instagram criado para acompanhar os esforços de resgate da brasileira.
Subida ‘muito dura’
Juliana Marins durante sua viagem para a Ásia
Arquivo pessoal
O Monte Rinjani, com mais de 3,7 mil metros de altura, é o segundo maior vulcão da Indonésia e um dos destinos mais procurados por turistas de aventura.
Em 2022, um português morreu ao cair de um penhasco no cume do vulcão. Em maio deste ano, um malaio também morreu após uma queda durante a escalada.
Em entrevista à TV Globo, dois integrantes do grupo de Juliana relataram que a trilha era difícil.
Um deles descreveu a subida como “muito dura” e disse que “estava muito frio, foi realmente muito difícil”.
Outro contou que, no momento do acidente, Juliana estava na retaguarda do grupo, acompanhada do guia.
“Era bem cedo, antes do amanhecer, com visibilidade ruim, usando só uma lanterna simples para iluminar o caminho, que era difícil e escorregadio”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que está em contato com o governo indonésio e que enviou dois funcionários da embaixada para acompanhar de perto as operações de resgate.
Por sua vez, Satyawan Pudyatmoko, do Ministério das Florestas da Indonésia, reforçou na segunda-feira que os visitantes devem priorizar sua segurança durante as escaladas.
Linha do tempo do acidente
Sexta-feira, 20 de junho, 19h (horário de Brasília)
Juliana sofre queda durante a trilha no Monte Rinjani, descendo cerca de 300 metros em terreno íngreme.
Sábado, 21 de junho, 17h10 (horário de Brasília)
Última vez que Juliana foi vista, sentada na encosta, em imagens captadas por drone de turistas.
Domingo, 22 de junho, 19h04 (horário de Brasília)
Itamaraty emite pronunciamento informando que mobilizou autoridades locais em alto nível, com o embaixador em contato direto com agências de resgate. Dois funcionários da embaixada se deslocam para o local para acompanhar as buscas. Ministro das Relações Exteriores inicia contatos para solicitar reforços nas operações.
21 a 23 de junho (sábado a segunda-feira)
Equipes locais realizam operações de busca, interrompidas várias vezes por condições climáticas adversas.
Segunda-feira, 23 de junho, 1h (horário de Brasília)
A página oficial do parque Visit Mount Rinjani publica uma nova atualização destacando que já se passaram dois dias desde o acidente na trilha do cume. O texto menciona que os gritos desesperados por socorro ouvidos no local ainda ecoam na memória de muitos e despertam profunda comoção.
O parque informa que, até aquele momento, aguardava um comunicado oficial das autoridades e da equipe de resgate, que segue trabalhando em condições desafiadoras. A nota expressa esperança de que os esforços resultem em boas notícias e no encontro da brasileira em segurança.
Segunda-feira, 23 de junho, 5h (horário de Brasília)
Resgate mais recente é interrompido devido ao mau tempo; já havia sido informado que buscas não ocorrem à noite.
Segunda-feira, 23 de junho
Funcionários da Embaixada do Brasil chegam ao local para acompanhar pessoalmente o resgate.
Segunda-feira, 23 de junho, 11h36 (horário de Brasília)
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirma que dois montanhistas experientes da região estão a caminho do local do acidente, com equipamentos especializados para apoiar as equipes. Não há confirmação se atuarão durante a noite.