Atende News

Você Informado Sempre!

Variedades

Israel mata 50 palestinos na Faixa de Gaza, 23 deles perto de centro de distribuição de comida, diz Hamas

ONU chama esquema de entrega de ajuda pela GHF, ONG apoiada por Israel, de ‘sistema de distribuição letal’. Centenas de pessoas já foram mortas durante tiroteios próximos a centros geridos pela organização, a única autorizada a fazer esse tipo de trabalho no território. Militares israelenses não comentaram ações. Entenda a relação do conflito Irã X Israel com a guerra em Gaza
Ações de Israel mataram pelo menos 50 pessoas nesta segunda-feira (16), quase metade delas próximo a um local de distribuição de ajuda administrado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada pelos EUA e pelo governo israelense.
As informações são do Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo terrorista Hamas. Também nesta segunda, autoridades da ONU denunciaram os métodos de entrega de ajuda humanitária da GHF.
Socorristas disseram que pelo menos 23 dessas pessoas foram mortas e outras 200 ficaram feridas em meioa a um tiroteio perto de um ponto de distribuição de ajuda em Rafah.
Esse é o mais recente de uma série de tiroteios quase diários que já mataram centenas de palestinos que tentavam conseguir alimentos desde que Israel impôs um novo sistema de distribuição de ajuda.
As outras mortes ocoreeram durante um bombardeio em Khan Younis.
Desde que suspendeu parcialmente o bloqueio da ajuda humanitária em Gaza, Israel transferiu a responsabilidade por grande parte da entrega a um novo grupo apoiado pelos EUA, a GHF, que opera três locais em áreas protegidas por tropas israelenses.
As Nações Unidas rejeitaram o plano, afirmando que a distribuição feita pela GHF é inadequada, perigosa e viola os princípios de imparcialidade humanitária.
Não houve comentário imediato dos militares israelenses sobre os relatos de tiroteios desta segunda-feira. Em incidentes anteriores, as forças israelenses reconheceram ocasionalmente que soldados abriram fogo perto de locais de ajuda, mas atribuíram a violência a provocações de militantes.
A GHF afirmou em comunicado, no final da segunda-feira, que distribuiu mais de 3 milhões de refeições em seus quatro locais de distribuição sem incidentes.
“Fomos até lá achando que conseguiríamos ajuda para alimentar nossos filhos, mas acabou sendo uma armadilha, uma matança. Aconselho a todos: não vão lá”, disse Ahmed Fayad, um dos que tentaram buscar ajuda na segunda-feira.
Fumaça sobe após ataques israelenses em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, 16 de junho de 2025
REUTERS/Hatem Khaled
‘Sistema de distribuição letal’
Autoridades de saúde do Hamas disseram que tiros israelenses mataram pelo menos cinco pessoas e feriram dezenas de outras enquanto multidões de palestinos se reuniam ao longo de uma estrada.
Testemunhas disseram que dezenas de pessoas desesperadas saquearam quatro caminhões carregados com pacotes de alimentos.
Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), escreveu em uma publicação na rede X: “Dezenas de pessoas foram mortas e feridas nos últimos dias, inclusive pessoas famintas tentando conseguir um pouco de comida de um sistema de distribuição letal.”
UMenina recebe uma refeição enquanto outros esperam em um ponto de distribuição em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, em 2 de junho de 2025.
Eyad Baba/AFP
Antes da implantação do novo sistema, a ajuda era distribuída aos 2,3 milhões de residentes de Gaza principalmente por agências da ONU, como a UNRWA, que emprega milhares de funcionários dentro da Faixa e opera centenas de pontos de apoio.
Israel afirma que precisou reprimir a distribuição porque combatentes do Hamas estariam desviando a ajuda alimentar. O grupo terrorista negam essa acusação e dizem que Israel está usando a fome como arma.
Lazzarini afirmou que Israel ainda não suspendeu as restrições que impedem agências da ONU, incluindo a UNRWA, de trazer ajuda, apesar de haver um volume abundante de assistência pronto para ser encaminhado ao território.
No domingo, a COGAT, agência israelense de coordenação de ajuda militar, disse que facilitou a entrada de 292 caminhões com ajuda humanitária vinda das Nações Unidas e da comunidade internacional, incluindo alimentos e farinha, em Gaza durante esta semana.
Afirmou ainda que a força militar israelense continuará permitindo a entrada de ajuda humanitária, desde que não chegue ao Hamas.
Antes do incidente de segunda-feira, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, informou que pelo menos 300 pessoas já haviam sido mortas e mais de 2.600 feridas perto de pontos de distribuição de ajuda desde o início das operações da GHF.
No domingo (15), pelo menos cinco pessoas foram mortas enquanto milhares de palestinos se aproximavam de dois pontos de distribuição da GHF nas regiões central e sul da Faixa.
A GHF afirmou, em comunicado, que retomou a entrega de alimentos no domingo, distribuindo mais de 2 milhões de refeições em seus três pontos de distribuição, sem incidentes.
Guerra se estende por 20 meses
A guerra em Gaza começou há 20 meses, após terroristas liderados pelo Hamas invadirem Israel, fazerem 251 reféns e matarem 1.200 pessoas — a maioria civis — em 7 de outubro de 2023, o dia mais mortal da história de Israel.
Desde então, a campanha militar israelense matou quase 55 mil palestinos — em sua maioria civis, segundo autoridades de saúde de Gaza — e devastou grande parte do território densamente povoado. A maioria da população está deslocada e a desnutrição generalizada é uma preocupação crítica.

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *